Quais as responsabilidades da escola e da educação no combate à exclusão social?
A escola mais uma vez é chamada a equalizar
as forças em ação e em conflito no complexo cenário da sociedade do
conhecimento. Se antes essa função tinha como claro paradigma a inclusão
do trabalhador no mundo da fábrica, hoje tal orientação resume-se a
aspectos pouco concretos e que mesmo identificados estão em constante
ameaça de mudanças devido à sua condicionalidade à tecnologia e sua
veloz evolução. O trabalho, motor gerador de riquezas e valor,
virtualizou-se, tornou-se mais abstrato e cognitivo dando adeus e
desvalorizando as obsoletas funções humano-industriais nas modernas e
robotizadas indústrias da atualidade.
A escola recebe na atualidade a dupla função
de preparar os indivíduos dotados de autonomia para sobreviver na
sociedade do conhecimento e ao mesmo tempo desmontar sua antiga
estrutura forjada nos moldes da sociedade industrial. Para atingir sua
missão e garantir o acesso de todos às "benesses" desta nova sociedade de
mercado é necessário contemplar os seguintes pontos:
* Descer de seu pedestal de detentora do saber
enciclopédico e procurar conhecer e introduzir toda a multiculturalidade
existente nas comunidades que a frequentam;
* Preparar a formação docente para desconstruir
o conceito de aluno ideal garantindo o acesso às diversas formas de
comunicação dos diversos grupos sociais;
* Exigir e proporcionar, quanto possível for, o acesso às tecnologias de comunicação digital;
* Aproximar o que se aprende na escola do que se aprende na vida e no trabalho;
* Exercitar a autonomia;
* Estabelecer vínculos constantes com instituições culturais como museus e bibliotecas.
Cabe ainda acrescentar que uma mudança mais profunda
deve acontecer na escola se esta tem de fato a missão de evitar a
exclusão social. Esta mudança deve ocorrer em nível intra estrutural, ou
seja, é necessário mudar inteiramente a forma de atuação da escola o que
implicará em desmontes que vão desde a frequência dos alunos ao modo
como a escola é dirigida. Tais mudanças, porém só podem ocorrer se a
sociedade, principalmente setores mais conservadores e os marginalizados,
estiverem cientes e partícipes nessas modificações. Também é
necessário ter em vista a garantia do acesso aos setores produtivos da
sociedade após a formação escolar e profissional e nesse ponto o Estado é
responsável direto.
27/01/2013
Jorge Luiz
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