sexta-feira, 17 de abril de 2015

ESCOLA E EXCLUSÃO SOCIAL


Quais as responsabilidades da escola e da educação no combate à exclusão social?

   A escola mais uma vez é chamada a equalizar as forças em ação e em conflito no complexo cenário da sociedade do conhecimento. Se antes essa função tinha como claro paradigma a inclusão do trabalhador no mundo da fábrica, hoje tal orientação resume-se a aspectos pouco concretos e que mesmo identificados estão em constante ameaça de mudanças devido à sua condicionalidade à tecnologia e sua veloz evolução. O trabalho, motor gerador de riquezas e valor, virtualizou-se, tornou-se mais abstrato e cognitivo dando adeus e desvalorizando as obsoletas funções humano-industriais nas modernas e robotizadas indústrias da atualidade.
   A escola recebe na atualidade a dupla função de preparar os indivíduos dotados de autonomia para sobreviver na sociedade do conhecimento e ao mesmo tempo desmontar sua antiga estrutura forjada nos moldes da sociedade industrial. Para atingir sua missão e garantir o acesso de todos às "benesses" desta nova sociedade de mercado é necessário contemplar os seguintes pontos:

* Descer de seu pedestal de detentora do saber enciclopédico e procurar conhecer e introduzir toda a multiculturalidade existente nas comunidades que a frequentam;

*  Preparar a formação docente para desconstruir o conceito de aluno ideal garantindo o acesso às diversas formas de comunicação dos diversos grupos sociais;

*  Exigir e proporcionar, quanto possível for, o acesso às tecnologias de comunicação digital;

*   Aproximar o que se aprende na escola do que se aprende na vida e no trabalho;

*   Exercitar a autonomia;

* Estabelecer vínculos constantes com instituições culturais  como museus e bibliotecas.

   Cabe ainda acrescentar que uma mudança mais profunda deve acontecer na escola se esta tem de fato a missão de evitar a exclusão social. Esta mudança deve ocorrer em nível intra estrutural, ou seja, é necessário mudar inteiramente a forma de atuação da escola o que implicará em desmontes que vão desde a frequência dos alunos ao modo como a escola é dirigida. Tais mudanças, porém só podem ocorrer se a sociedade, principalmente setores mais conservadores e os marginalizados, estiverem cientes e partícipes nessas modificações. Também é necessário ter em vista a garantia do acesso aos setores produtivos da sociedade após a formação escolar e profissional e nesse ponto o Estado é responsável direto.

27/01/2013
Jorge Luiz

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Opinião:

Resistir, lutar.

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